Constipação Intestinal

“A constipação intestinal ou “prisão de ventre” e “intestino preso”, é uma doença comum em nosso meio, podendo acometer desde os bebês até os idosos.” SBCP – Sociedade Brasileira de Coloproctologia, 08/04/2015

Definição:

A constipação intestinal, também chamada de “prisão de ventre” e “intestino preso”, é uma doença comum em nosso meio, podendo acometer desde os bebês até os idosos. O paciente constipado crônico evacua menos de três vezes por semana, apresenta sensação de evacuação incompleta ou há necessidade de grande esforço na hora de evacuar. Trata-se de um sintoma e não de uma doença especifica. Pode, no entanto indicar alguma manifestação de doença que necessite investigação para o diagnóstico.

Causas:

Na maioria dos casos a constipação intestinal não é provocada por um distúrbio de ordem física ou anatômica do trato intestinal. A causa mais comum é a propulsão difícil do bolo fecal em seu caminho em direção ao reto e canal anal. Neste caso, denomina-se constipação primária ou essencial, sendo responsável por 85% ou mais dos casos e provocada pela ingesta pobre em fibras, vegetais e líquidos.

Outros fatores podem estar associados a esse tipo de constipação, como o sedentarismo ou falta de exercícios físicos, a ansiedade, depressão, o hábito de adiar a ida ao banheiro e os efeitos adversos de algumas medicações, colaborando para alteração ou piora do funcionamento intestinal. A constipação pode, ainda, ser um sintoma associado a doenças de gravidade variada. Em combinação com outras manifestações como perda de peso, inapetência, dor, cólicas, sangramento, anemia e associados à massa abdominal palpável podem ser entendidos como “sinais de alarme”, indicando a necessidade de uma adequada avaliação médica.

Apresentações:

São consideradas constipadas as pessoas que apresentam:

a) queixas de eliminação de fezes endurecidas;

b) frequência de defecação menor do que três vezes por semana e/ou; Dr. Calil Salomão Abud Neto CRM DF 14126 – Coloproctologista

c) sensação de esvaziamento incompleto do reto. Em crianças menores, que ainda não conseguem relatar seus sintomas, a constipação deve ser considerada na presença de movimento intestinais dolorosos, acompanhados de desconforto, gritos e manobra para eliminar as fezes. A eliminação de fezes endurecidas, em cíbalos ou fragmentadas, mas de difícil eliminação, é também considerada constipação mesmo que a frequência seja normal.

Condições especiais:

Em alguns casos, a constipação pode surgir como manifestação secundaria de doença sistêmica ou gastrointestinal. Nestes casos, apresenta-se de forma aguda ou insidiosa, devendo ser investigada através de exames complementares que podem incluir a colonoscopia, o clister opaco e outros. Nos últimos anos, o melhor entendimento da fisiologia colônia e da defecação, motivaram o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos, que têm sido de grande ajuda para o tratamento de diversas causa de constipação, antes não diagnosticadas. Estas outras causas estão relacionadas a distúrbios da motilidade do bolo fecal desde o cólon até o reto e, finalmente, o ânus.

Dentre estes exames, destacam-se a manometria anorretal, o tempo de trânsito colônico, e os estudos dinâmicos do ato evacuatório (videodefecografia e defecorressonância). Essa avaliação é de grande ajuda nos casos que não respondem a terapêutica convencional, podendo diagnosticar a falta generalizada de contração do cólon, conhecida como inércia colônica. Também pode demonstrar a presença de distúrbios funcional ou anatômico do assoalho pélvico que impedem a adequada defecação, denominado defecação obstruída.

Tratamento complementar e específico:

O uso de laxativo e outras medicações na constipação primaria deve ser considerado como terapêutica complementar, sendo associado a medidas dietética e comportamentais. Isoladamente, estes laxativos não possuem efeito curativo e subestimam a base do problema, dificultando terapêuticas de longo prazo. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. (SBCP)

Por Dr. Calil Salomão Abud Neto CRM DF 14126 – Coloproctologista